domingo, janeiro 22, 2006

I bet that you look good on the top 10

Sai já amanhã o début álbum dos Arctic Monkeys. O público não os (re) conhecerá, mas o som deste quarteto tem sido espalhado aos quatro ventos pela Internet – blogs e afins. Mesmo antes de terem editora discográfica já tocavam ao vivo, o que aparentemente lhes terá valido uma legião de “word-spreaders”.
Em Dezembro de 2005 conseguiram trepar aos lugares cimeiros do “Top of the Pop’s” inglês, o que precipitou a edição do álbum.
O público notou a sua presença e pediu mais. Finalmente, cá está o seu primeiro trabalho, chama-se “Whatever People Say I Am, That’s What I'm Not”, um título que sugere os caminhos rebeldes que desejam tomar e que tomaram de facto.
Este é, provavelmente o melhor disco indie desde A Certain Trigger e começa a ser evidente que o factor “I” (inglês) realmente marca a diferença. As “wonder bands” inglesas surgem a um ritmo vertiginoso, apresentando sempre bom material. E a tendência é para melhorar. The best is yet to come, subvertendo o dito.
Esta fase que se está a assistir na música relembra um pouco o período áureo do grunge. Com as devidas alterações geográficas e sonoras, claro está. Ao passo que em 90 a boa música provinha de Seattle, agora é trazida até nós das ruralidades inglesas.
De qualquer maneira, com este trabalho, Arctic Monkeys não trazem, verdade seja dita, qualquer espécie de inovação. Mas até que ponto é possível ou sequer desejável, inovar dentro deste estilo? Lá diz a máxima: não se mexe em equipa vencedora. E esta é-o, com certeza.
Iniciando a deambulação pelo álbum propriamente dito, nota-se à partida, o wit das letra transportando-nos à mente obcecada com sexo de um jovem adolescente. O flirt é, de resto, a grande inváriavel deste álbum a abarrotar de “propostas indecentes”. Escusado será dizer que as ditas propostas são ainda mais apimentadas por um daqueles sotaques estilo “tenho tanto para dizer e tão pouco tempo para o fazer”. Delicioso.
A equação estilística do álbum é bem equilibrada – duas partes de punk, uma de indie, outra de Rock and Roll à boa maneira dos 60 e 70.
Embora esteja, de facto, mais para punk do que para qualquer outra coisa. Qualquer elemento que se lhe descubra será mais acessório que propriamente predominante.
Os riffs de guitarra atingem tensões próprias do punk. A batida condiz. Outras vezes a sonoridade resvala para o campo melodioso do revivalismo com os pratos de choque a evocar nitidamente o som disco.
Também existe lugar para a balada. “Riot Van” e “Mardy Bum” são o “casal” que se encarrega de o fazer.
As restantes faixas situam-se dentro da esfera festiva e dançável, apanágio desta nouvelle vague inglesa. As melhores coincidem, na realidade, com praticamente o disco inteiro, pelo que me abstenho de as nomear.
De referir ainda que vale muito a pena procurar material não editado neste álbum. Como seja Cigarette Smoke, Wavin’ By to the Train or the Bus, Curtains Closed, Bigger Boys and Stollen Sweethearts entre outras – provavelmente compiladas por uma alma bondosa (em circulação pela Internet).
Parece-me que este álbum é o preâmbulo de uma carreira que importa seguir de perto.
O single “When the Sun Goes Down” saiu a 16 de Janeiro e é um bom aperitivo para a apreciação do restante disco.
E sim…macacos me mordam, estes Arctic Monkeys são bons! (Imperdíveis para fans de Maxïmo Park).


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5 comentários:

Sílvia S. disse...

Dedicated to Mr.Simões :)

Anónimo disse...

estes gajos são a melhor coisa desde o papel higienico! tb n conseguiste esperar para fazer a critica! pois eles são realmente bons e só me resta esperar pelo próximo album

João D. disse...

O nome,o estilo(ou que raio seja), o facto de terem sido capa do blitz, a comparação a maximo park, tudo são razões para eu odiar esta gente sem nunca os ter ouvido. È que eu achei aquele single mais conhecido dos maximo park, talvez um dos piores temas que ouvi em 2005. Um cócó se preferires(para não dizer merda). Acho que me vou meter longe, se não cometer o acto suicida de ir gastar megabites de soulsecas com isto, como já fiz com os strokes.

Porque se é para falar mal...Ao menos que oiça.

Sílvia S. disse...

Podes, que estou eu a dizer?! fala mal a vontade!não tem graça n ser contestado...
Mas olha que estes vale a pena, a sério que vale.
O entusiasmo exagerado da Blitz é forçado. Mas que os mocitos são bons é verdade.Também não são os novos Beatles, cm alguns já afiançam (disparates!).
Nada que se compare a Strokes,portanto,que realmente, são MB desperdiçados(a tua ira é inteiramente justificável XD).

Resumindo, concluindo e baralhando : Arrisca sacar, talvez te surpreendas ;)

Anónimo disse...

São a coisa mais sobrevalorizada pela imprensa mundial nos últimos 5 anos. É incrível o que o desespero da imprensa britânica no desespero de encontrar uns novos Beatles ou Rolling Stones consegue fazer.
As canções não só são fraquinhas, como dão-me a sensação de que até eu e mais 3 ou 4 amigos conseguíamos ir para uma sala de ensaios e fazer igual ou ainda melhor num ou em dois dias...