Lets Get Out of This Country
A fuga...
É nos anos 60 que este álbum vai beber grande parte das suas influências: do country, ao pop até ao indie mais convencional, que não envolve necessariamente calças justas e franjas ao lado; pode envolver, antes, a memória dos áureos anos em que se descobriram os prazeres da praia e do biquini. O Itsy Bitsy Teenie Weenie Yellow Polka Dot Bikini. Tudo isto para dizer, que Lets Get Out Of This Country é um álbum com um cheirinho muito peculiar a Verão e todos os seus componentes : a praia, o bronzeador, as bolas de Berlim, putos que constroem castelos de areia à beira-mar, enfim, um sem número de recordações. Mas não se limita a ter um punhado de refrães facilmente memorizáveis e um prazo de validade que termina no fim de Agosto. O seu objectivo e as suas potencialidades são maiores que isso. De facto, os Camera Obscura oferecem-nos um álbum perpassado pela doçura não só da voz aveludada de Tracyanne Campbell, como das próprias melodias e letras intimistas e humanas. São melodias que tem que se lhe diga: parecem transportar-nos ao maravilhoso mundo dos genéricos ternurentos de desenhos animados, à maneira do “Espaço Pirata”. E isto é um elogio. Além de ricas em sacarina, as letras são também incrivelmente pessoais, como em Country Mile: “I won’t be seeing for a long while, I hope is not as long as this country mile, I’d feel lost”. Ou ainda, no primeiro single a ser retirado do disco Lloyd, I’m ready to be heartbroken ( a resposta à pergunta de Lloyd Cole & The Commotions ) a sinceridade é a nota dominante, mesmo que revele o egoísmo de que a alma human é capaz. ”Hey Lloyd, I’m ready to be heartbroken, ‘cause I can’t see further than my own nose at this moment”, mais honesto que isto é impossível...
É já unânime que a Escócia é a capital mundial do pop-revivalista e isso muito por culpa dos Belle and Sebastian, também eles brave scots , desde 1996 a inspirar uma geração de indie popers…
6.5/10
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