A 2ª edição do Lisboa Soundz teve lugar ontem, no Terrapleno de Santos perante uma audiência de início não muito avultada, mas crescente à medida que o espectáculo se desenrolava. Sendo ainda o "bebé" dos Festivais portugueses, o Lisboa Soundz põe a tónica no que de melhor se faz no Indie nacional e sobretudo, internacional, firmando já o seu nome no mapa dos festivais de Verão a não perder. A comprová-lo está um cartaz apelativo, selectivo e variado, três qualidades que garantem a diversidade e satisfação de um público não necessariamente homogéneo.
A encetar esta segunda edição estiveram os portugueses You Should Go Ahead, uma banda sem dúvida para (re)conhecer e apreciar, tida desde já como uma das mais brilhantes novas bandas na defesa do Rock Nacional que tem, seguramente, jogo para figurar entre um cartaz tão forte.
Em seguida, e num registo substancialmente diferente, subiu ao palco do Terrapleno o Howe Gelb Gospel Choir, enchendo o palco de vozes quentes e sonoridades mais chill-out, infelizmente sub-apreciadas pelos presentes. O coro de Gospel foi o que de melhor passou por lá em termos de afinação, molde de voz e capacidade de “mosaicizar” um trecho cantado. Notável. Ainda na mesma linha musical, de acalmia provisória, surge sob o pano preto Isobell Campbell e Mark Lanegan, o seu colaborador em Ballad of Broken Seas, o seu último trabalho, que, naturalmente, apresentou na sua forma doce de ser, estar e cantar. Por entre canções pouco aplaudidas, Isobell intercalava um outro espectáculo: os seus agradecimentos. Misto de sussurro, vergonha e timidez; alguns sorrisos, mas nada que cativasse o público desinteressado. Tal como Howe Gelb e o seu coro, Isobell não estava entre os seus.
Por esta altura, estava já bem claro que a aposta da organização do evento era deixar o melhor para o fim. Permaneceram fiéis a esta premissa. Pelo fim da tarde apresentavam-se Los Hermanos, numa postura muito cool e despretensiosa, certos de que não eram os “favoritos” da multidão, mas que por entre esta, havia quem trauteasse as suas canções e ondeasse o corpo; não totalmente rendido, mas seguramente, atento.
Já com a noite a cair sobre Lisboa, e os céus negros a condizer com o que iria tomar conta do palco, surgem os She Wants Revenge, na sua primeira actuação em terras lusas. Red Flags and Long Nights foi o primeiro tema a ser ouvido, funcionando como epílogo perfeito; prenúncio da apoteose preste a ser iniciada. Por mais de dois minutos, a banda fez crescer no público a expectativa, até que, resolvido o impasse, explodiram as palmas. Estava atestado o domínio completo da filosofia pleasure delaying… O colectivo norte-americano surpreendeu pela capacidade de dar a volta às “limitações” que uma apresentação ao vivo pode impôr, e, desengane-se quem pensa que este foi um concerto marcado por samples electrónicos. A resolução para o problema foi tocar Rock puro e duro e colocar alguns efeitos de lado. O resultado? Rendição completa do público. Já a meio do espectáculo Justin Warfield dá o indulto por que todos esperavam declarando oficialmente aberta a “pista de dança”. Não restavam dúvidas de que era música e concerto para abanar as ossadas. Por entre o alinhamento, duas novas canções. Mas a apoteose estalou verdadeiramente quando Warfield pede a colaboração do público para Tear You Apart. Escusado será dizer que o público deu as palmas e muito mais. Um fim de concerto positivamente caótico, um desfecho que culminou num “até breve” que muito disse sobre a empatia banda-público.
Precedendo o clímax do espectáculo, entram em cena os Dirty Pretty Things, banda que esteve recentemente no Santiago Alquimista e uma das que mais expectativa concentrava em si. Veio a revelar-se uma prestação morna por parte de de Barât e Cia. O público aderiu somente quando era praticamente inevitável não o fazer. Saem do palco sem deixar marca significativa: alguns aplausos , poucos coros, que só subiram de tom em Gin and Milk, Deadwood, If You Love a Woman. E Bang Bang...they were dead; o público também.
A encetar esta segunda edição estiveram os portugueses You Should Go Ahead, uma banda sem dúvida para (re)conhecer e apreciar, tida desde já como uma das mais brilhantes novas bandas na defesa do Rock Nacional que tem, seguramente, jogo para figurar entre um cartaz tão forte.
Em seguida, e num registo substancialmente diferente, subiu ao palco do Terrapleno o Howe Gelb Gospel Choir, enchendo o palco de vozes quentes e sonoridades mais chill-out, infelizmente sub-apreciadas pelos presentes. O coro de Gospel foi o que de melhor passou por lá em termos de afinação, molde de voz e capacidade de “mosaicizar” um trecho cantado. Notável. Ainda na mesma linha musical, de acalmia provisória, surge sob o pano preto Isobell Campbell e Mark Lanegan, o seu colaborador em Ballad of Broken Seas, o seu último trabalho, que, naturalmente, apresentou na sua forma doce de ser, estar e cantar. Por entre canções pouco aplaudidas, Isobell intercalava um outro espectáculo: os seus agradecimentos. Misto de sussurro, vergonha e timidez; alguns sorrisos, mas nada que cativasse o público desinteressado. Tal como Howe Gelb e o seu coro, Isobell não estava entre os seus.
Por esta altura, estava já bem claro que a aposta da organização do evento era deixar o melhor para o fim. Permaneceram fiéis a esta premissa. Pelo fim da tarde apresentavam-se Los Hermanos, numa postura muito cool e despretensiosa, certos de que não eram os “favoritos” da multidão, mas que por entre esta, havia quem trauteasse as suas canções e ondeasse o corpo; não totalmente rendido, mas seguramente, atento.
Já com a noite a cair sobre Lisboa, e os céus negros a condizer com o que iria tomar conta do palco, surgem os She Wants Revenge, na sua primeira actuação em terras lusas. Red Flags and Long Nights foi o primeiro tema a ser ouvido, funcionando como epílogo perfeito; prenúncio da apoteose preste a ser iniciada. Por mais de dois minutos, a banda fez crescer no público a expectativa, até que, resolvido o impasse, explodiram as palmas. Estava atestado o domínio completo da filosofia pleasure delaying… O colectivo norte-americano surpreendeu pela capacidade de dar a volta às “limitações” que uma apresentação ao vivo pode impôr, e, desengane-se quem pensa que este foi um concerto marcado por samples electrónicos. A resolução para o problema foi tocar Rock puro e duro e colocar alguns efeitos de lado. O resultado? Rendição completa do público. Já a meio do espectáculo Justin Warfield dá o indulto por que todos esperavam declarando oficialmente aberta a “pista de dança”. Não restavam dúvidas de que era música e concerto para abanar as ossadas. Por entre o alinhamento, duas novas canções. Mas a apoteose estalou verdadeiramente quando Warfield pede a colaboração do público para Tear You Apart. Escusado será dizer que o público deu as palmas e muito mais. Um fim de concerto positivamente caótico, um desfecho que culminou num “até breve” que muito disse sobre a empatia banda-público.
Precedendo o clímax do espectáculo, entram em cena os Dirty Pretty Things, banda que esteve recentemente no Santiago Alquimista e uma das que mais expectativa concentrava em si. Veio a revelar-se uma prestação morna por parte de de Barât e Cia. O público aderiu somente quando era praticamente inevitável não o fazer. Saem do palco sem deixar marca significativa: alguns aplausos , poucos coros, que só subiram de tom em Gin and Milk, Deadwood, If You Love a Woman. E Bang Bang...they were dead; o público também.
Entrando pela noite dentro, eis que somos chegados ao cabeça de cartaz – The Strokes a encerrar um Lisboa Soundz digno de nota.
A longa espera de cinco anos do público português chegou ao fim, finalmente os Strokes fazem a sua estreia em Portugal para gáudio da multidão que atingiu, em definitivo, o seu pico numérico nesse momento. A banda demorou a entrar, em compensação demorou também a sair, visivelmente tocada pelo calor humano do público português. Tanto assim foi que Julian Casablancas não resistiu e quase ao cair do pano, salta do palco para ver de perto aqueles que tão efusivamente os tinham aplaudido. Na manga, os Strokes trouxeram um alinhamento que misturou sucessos passados e mais recentes, se bem que era notória a preferência do público pelos primeiros. De resto, Modern Age, Someday, Last Night, The End has No End foram as mais aplaudidas, gritadas e assobiadas em simultâneo. O público estava em histeria controlada, excepto quando se ouviram os primeiros acordes de Last Night. Para o encore, a banda de Nova Iorque deixou ainda 12:51 de Room On Fire e Take It Or leave It de Is This It, todo o concerto misturou bastante os três, e sobretudo, colocou em evidência a evolução da banda. Rasgando-se em agradecimentos, vénias, e até confissões de que este tinha sido "o concerto favorito da Tour", o colectivo deixou o palco do Lisboa Soundz, mas deixou, também, nas caras de quem deixava o recinto, um sorriso.
A longa espera de cinco anos do público português chegou ao fim, finalmente os Strokes fazem a sua estreia em Portugal para gáudio da multidão que atingiu, em definitivo, o seu pico numérico nesse momento. A banda demorou a entrar, em compensação demorou também a sair, visivelmente tocada pelo calor humano do público português. Tanto assim foi que Julian Casablancas não resistiu e quase ao cair do pano, salta do palco para ver de perto aqueles que tão efusivamente os tinham aplaudido. Na manga, os Strokes trouxeram um alinhamento que misturou sucessos passados e mais recentes, se bem que era notória a preferência do público pelos primeiros. De resto, Modern Age, Someday, Last Night, The End has No End foram as mais aplaudidas, gritadas e assobiadas em simultâneo. O público estava em histeria controlada, excepto quando se ouviram os primeiros acordes de Last Night. Para o encore, a banda de Nova Iorque deixou ainda 12:51 de Room On Fire e Take It Or leave It de Is This It, todo o concerto misturou bastante os três, e sobretudo, colocou em evidência a evolução da banda. Rasgando-se em agradecimentos, vénias, e até confissões de que este tinha sido "o concerto favorito da Tour", o colectivo deixou o palco do Lisboa Soundz, mas deixou, também, nas caras de quem deixava o recinto, um sorriso.
Howe Gelb Gospel Choir
Isobell Campbell e Mark Lanegan
Los Hermanos
She Wants Revenge
The Strokes
Video:
Mp3
Fotografias dos She Wants Revenge e Los Heramanos gentilmente cedidas por D.Neves.
4 comentários:
Este post tb merece aplausos tão efusivos kt os k se ouviram ontem:D
Fica tb para recordar a nossa odisseia para lá chegar, lol, mas valeu a pena, andava mais para ver/ouvir um concerto tão bom kt os She Wants Revenge, seguido de The Strokes, e decerto k o sorriso inda vai demorar um pouco para de decipar.Smile like you meant it:)
Cumprimentos à malta que nos acompanhou na odisseia do malfadado Terrapleno. Não sei se leem isto, provavelmente não, mas mto obrigado pela simpatia, Gustavo e companhia :)
Pois foi. Apesar de gostar bastante da banda (mas não esconder o desagrado pelo último disco...), não esperava que fossem tão bons. Surpreenderam-me bastante!No entanto, continuo a preferir o dos She Wants Revenge :D Foi excelente ^.^
As tantas até nos cruzamos, nobres desconhecidas, lol.
Lá está... o Is This It é unânime, mas talvez porque o Room On Fire tenha sido o meu primeiro contacto com os Strokes, ficou. Não há amor como o 1º amor:) O último não me caiu mesmo nada no goto, lamento xD.
Obrigada pelos comments!
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