terça-feira, agosto 29, 2006


Teste de Sooooommm.

Song With a Mission é o epílogo perfeito para Dying to Say This To You, o segundo álbum dos suecos The Sounds. Como na proposição de um belo poema, todos os elementos são apresentados em força, estilo e graça. Na realidade Dying To Say This To You não tem apenas uma canção “missionária”: todo o álbum tem bem definida a sua missão: impressionar. Alvo atingido. A pista de dança está aberta e tão aprazível como tem sido desde o passado (ou devo dizer especialmente agraciado?) ano de 2005 e Painted by Numbers assoma-se indubitavelmente como um dos singles do ano.
The Sounds são nitidamente uma banda New Wave; seguem a tendência não da forma idiota e submissa de quem se atira da ponte porque todos estão a fazê-lo. O grupo finca a sua personalidade e identidade o mais que lhe é possível. Seja nos trejeitos com que a vocalista Maya Ivarsson abrilhanta a sua liderança, seja na mudança repentina de tom que vai de “infanto-juvenil” a “explicit content” em menos de nada. E se isso pode indiciar alguma falta de coerência, por outro lado, da-lhes um toque à la banda de garagem que não cai nada mal; além de deitar por terra o “arrumadinho” e polido que arruína o próprio propósito de quem se aventura por estas lides. Pelo menos com alguma seriedade de espírito…
Alguns movimentos calculados como dar uma versão alternativa a Night After Night são bastante positivos. De facto, na sua versão bonustrack a cantiga sai francamente favorecida - o que estes meninos sabem fazer é fumo com travo punk. Daí que um pianinho calmo pareça um elemento de um filme diferente – enfadonho e não condizente nem com a banda nem com o disco.
No segundo da banda não existem brilharetes técnicos nem grandes genialidades, o que existe são 35 minutos de viagem no tempo. New wave com algumas anotações punk (ligeirinhas e q.b., essencialmente concentradas no arranhado da voz de Ivarsson), o sintetizador robótico, o tópico da banda feminina até.
É com Dying To Say This To You que a banda escandinava descola realmente. No seu debutante Living in América a maturação era claramente insuficiente. À segunda foi de vez, e a superação de um primeiro disco a meio gás talvez seja a prova de que esta é uma banda que tem noção da sua inserção no movimento florescente, amplo e promissor da música nórdica. Sim, existe vida para além do Metal.

2 comentários:

M. disse...

Mas que boa música nos dá o teu blog Sílvia darling =) always a pleasure*****

Pedro Ferreira disse...

Como é grande Silvia, tás-te a apresentar com um blog de grande qualidade! Parabéns :)