Pocket Revolution – dEUS
Após a sua própria “revolução de bolso” (refiro-me às mudanças de fundo na banda), dEUS surgem com mais um álbum que confirma a capacidade da banda ressurgir com algo de novo mas tão igual a si mesmo. De facto esta é uma banda que intriga pela independência com que trilha os seus caminhos. Todos buscamos a evidenciação duma identidade que queremos acreditar ser só nossa. Talvez seja. O facto é que alguns sonham atingi-la. Outros atingem-na de facto.
dEUS são um caso de sucesso em termos de chegada a uma identidade e capacidade de a manter, independentemente do sucesso que produz . É muito difícil estabelecer influências que tenham operado na sua construção, muito menos inseri-los em alguma corrente. dEUS soa a dEUS ponto. De qualquer forma há que ressalvar que este Pocket Revolution acrescenta à já extensa discografia do colectivo algumas novidades, como a introduzida pela faixa Nothing Really Ends, evocando, nitidamente, a música francesa e italiana dos anos 50 e 60 dando ao álbum um toque diferente e somewhat inédito. A presença de baladas em dEUS é recorrente, não aquilo que se espera tradicionalmente de uma balada, antes uma música mais calma que as restantes, uma vez que os trabalhos do grupo são geralmente muito versáteis, passando de momentos calmos, introspectivos e até confessionais, para momentos diametralmente opostos: quer alegres, raivosos ou tensos. Este temperamento moody da música que produzem não perde eco neste álbum, pelo contrário, surge reconfirmado como característica. Outra das novidades introduzidas por P.R. é uma vertente mais comercial e até Popish até agora unleashed, evidenciada, principalmente, pela faixa If You Don’t Get What You Want e ainda The Real Sugar, cujas letras estão magistralmente bem escritas, como de resto estão todas as outras e como está a esmagadora maioria das letras dos restantes trabalhos desta banda.
Desengane-se quem pensa que esta vertente mais Pop retira interesse ao álbum, antes o torna mais diverso e forte na multiplicidade de sentimentos e humores que nele podemos encontrar.
De destacar ainda a faixa que baptiza o trabalho pela aura de mistério que nela parece pairar. Muito interessante também o registo de voz de Barman que parece interpretar (no sentido de representar) as palavras que profere (“That’s just stupid man, I need a better plan …delicate…”). Este parece ser um tema aglutinador do espírito da banda e da filosofia do próprio CD. Night Shopping “transporta-me”, a par com Start Stop nature, a The Ideal Crash, de tom mais ácido.Em suma é um follow up que não deixa os fans aguerridos desapontados, ao passo que incita quem só agora os descobriu a querer saber mais sobre o seu passado e também sobre o seu futuro...
P.S. Muito bons ao vivo!
1 comentário:
Fazendo das tuas, minhas palvras: Bem aventurados os k viram dEUS.
Contento me em ouvi-LOS apenas e são divinais!!! ^_^
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