(Ainda ) os queridinhos em crítica

Maxїmo Park

Junte um (leve) cheirinho de Beach Boys com uma colher de café de The Smiths, adicionando, sem parar de mexer, um prato cheio de punk. Certifique-se de que o ritmo é acelerado – pelo menos 40% – em relação ao que se fazia nos 80. Junte ainda, uma voz potente, letras adequadas e um sotaque de chorar…

por mais. Envolva tudo muito bem…et voilà. Esta combinação de elementos tem sido apontada por alguns críticos como a receita para o impacto desta banda.
Basta só que imprimam a álbuns futuros a mesma força de expressão com que somos brindados neste A Certain Trigger e o seu nome continuará na berlinda.
Este é, de resto, um dos álbuns mais ambiciosos e auto-confiantes do ano que passou e de que tenho memória. Maxїmo não pedem licença. Entram logo e a arrasar. Nem um só traço de humildade se vislumbra (o que neste contexto não é um defeito, mas uma virtude, a certeza da convicção).
O funny accent dá corpo às já de si talentosas letras [versando, todas elas, sobre as angústias (quiçá alegrias…) da juventude]. O pensamento nunca é muito profundo, nunca chega, no entanto, a ser vazio. Mas a originalidade, sobretudo a originalidade (!) e o trabalho que empregam em dar uma nova cara às influências que recolheram nos “ancestrais” torna-os um dos mais interessantes colectivos no que toca a Indie revivalista.
Essas influências “ancestrais” fazem-se sentir, sobretudo, a nível do uso dos keybords o que lhe empresta um tom algo "campestre" (dado o tom naive da melodia introdutória do synth) colorindo com nuances este álbum pulsante de energia, originalidade e ideias.