segunda-feira, novembro 13, 2006

Ar de Core




envy : Gritar até que a voz doa

Com uma longa discografia por entre EP’s, Split CD’s (com bandas como This Machine Kills ou Iscariote), o colectivo japonês conta já com catorze anos de existência e álbuns a perder de vista. Entre eles destacam-se, por serem “álbuns formais”, All the Footprints You’ve Ever Left Behind and The Fear Expecting Ahead, A Dead Sinking Story e, agora em 2006, Insomniac Doze. Este último disco está para os Envy como um castelo está para um rei: é prova de que o declínio não é uma “ameaça real”, pelo contrário, I.D. é álbum de carreira e um marco na caminhada da banda.

Se a música da banda pudesse ser caracterizada com um par de palavras, essas palavras seriam “intenso” e “exacerbado”. A cada esquina um novo êxtase, a cada nota um novo pico, em cada fase uma nova apoteose. Não que estes momentos não possam ser previstos, mas sempre que advém, surpreendem. E quando, vindos dos cantos angulosos, nos surgem estridentes são imprevistos, ainda que previsíveis. A ferocidade encontra a canção de embalar e os urros de Fukagawa vêm-lhe das entranhas. Deprimente e brilhante, a sua voz áspera multiplica-se numa onda de choque, manifesto da tempestade emocional. De devastação em devastação, a fúria, o sublime e o trágico justapõem-se a um tipo de som que é produto do Art Rock, Post-Hardcore, Screamo e Spoken Word de uma expressividade tal que induz uma espécie de experiência metafísica, com o seu “q” de transcendental. Digno de inveja…

Crystallize
Night in Winter

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