
Numa dessas madrugadas de sexta-feira.
Habitual ronda por sites de crítica musical: entretenho-me amiúde naquela secção mágica que dá pelo nome de Upcoaming Releases. Esta noite não é excepção. Por entre uma lista enorme – quase infindável – de álbuns prestes a estalar vejo SKELETON, Figurines. Never heard of, pensei eu. A capa não era especialmente atraente. O nome também não o era em particular. Ainda assim uma força centrípeta parecia sugar os meus olhos. E assim, perfeitamente por acaso (se existe tal coisa) descobri aquele que pode muito bem ser um dos melhores álbuns de indie-rock “ortodoxo” do ano, ou pelo menos, seguramente, um dos melhores que ouvi até à data de Maio. Não é um “9 estrelas”, é algo diferente. É daqueles álbuns que nos fazem sentir agraciados por o termos ouvido (aos que se comovem com música)…
Skeleton é o follow-up de um primeiro disco da banda dinamarquesa Shake a Mountain. Um segundo álbum tão bem conseguido pode querer dizer uma de duas coisas: um primeiro álbum fracassado, e, consequentemente, “temos de recuperar”; ou, um primeiro álbum tão bom que, “vai ser difícil fazer melhor, mas…vamos tentar”. [Assim que perceber qual é a opção correcta retorno a vocês]. Os Figurines seguem aquela que parece ser a tendência para a sublevação do Sup e Power-Pop. Neste ano ano desfilaram pela cena musical alternativa grandes álbuns deste género. Talvez a abundância no mercado os coloque na posição de destaque que merecem, embora o bom-senso me obrigue a reconhecer que álbuns como estes não são de audição fácil nem aprazível a todos os públicos. Chega a ser até uma espécie de relação amor-ódio.
Muito em parte porque o Sub-pop e o indie “ortodoxo” parece chamar a si vozes excêntricas. Christian Hjelm, o vocalista, não foge a esta regra, nem parece querer fazê-lo. É evidente até uma certa semelhança com Carl Newman. E ainda bem, porque a voz do senhor confere unidade e coerência ao que se ouve pela via instrumental e vocal. A coincidência é perfeita neste campo. Há ainda uma outra coincidência, aquela das letras com a intensidade dramática que Hjelm imprime à voz. E sim, Skeleton é um álbum que vagueia entre a quase esquizofrenia sentimental e a ironia é também uma constante. Nada é o que parece ser. Se numa primeira audição tudo nos parece incrivelmente solarengo, perderemos essa ilusão ao avançar. Skeleton é, então rico em variações de humor, que nos levam da histeria “veraneana” ao modo “pensativo” num ápice. Basta só mudar de faixa para tanto. De outra forma não podia ser, dada a óbvia herança da banda em relação a bandas como Modest Mouse e Pavement, que aparentemente começam a dar os primeiros frutos da imitação.
Outra mais-valia deste álbum é a sua estrutura circular. Começando com Race You, uma faixa melancólica e pungente, encerra no mesmo mood com Release Me on The Floor. Ainda neste comprimento de onda está Rivalry, séria candidata a música mais acessível do disco. A par com esta, mas já no comprimento de onda “bright side” está The Wonder. A luz vence as trevas em quantidade : All Night, Ambush, I Remember, Other Plans, Wrong all The Way. Esta luta de dois lados evidencia com eloquência que Skeleton não é um álbum de sub- ou power-pop solarengo como o estereótipo leva a crer com frequência; antes, um disco a interpretar sem “pré-conceitos”.
Em última análise, Skeleton é a prova cabal de que a estrutura óssea dos Figurines está bem sedimentada.
Habitual ronda por sites de crítica musical: entretenho-me amiúde naquela secção mágica que dá pelo nome de Upcoaming Releases. Esta noite não é excepção. Por entre uma lista enorme – quase infindável – de álbuns prestes a estalar vejo SKELETON, Figurines. Never heard of, pensei eu. A capa não era especialmente atraente. O nome também não o era em particular. Ainda assim uma força centrípeta parecia sugar os meus olhos. E assim, perfeitamente por acaso (se existe tal coisa) descobri aquele que pode muito bem ser um dos melhores álbuns de indie-rock “ortodoxo” do ano, ou pelo menos, seguramente, um dos melhores que ouvi até à data de Maio. Não é um “9 estrelas”, é algo diferente. É daqueles álbuns que nos fazem sentir agraciados por o termos ouvido (aos que se comovem com música)…
Skeleton é o follow-up de um primeiro disco da banda dinamarquesa Shake a Mountain. Um segundo álbum tão bem conseguido pode querer dizer uma de duas coisas: um primeiro álbum fracassado, e, consequentemente, “temos de recuperar”; ou, um primeiro álbum tão bom que, “vai ser difícil fazer melhor, mas…vamos tentar”. [Assim que perceber qual é a opção correcta retorno a vocês]. Os Figurines seguem aquela que parece ser a tendência para a sublevação do Sup e Power-Pop. Neste ano ano desfilaram pela cena musical alternativa grandes álbuns deste género. Talvez a abundância no mercado os coloque na posição de destaque que merecem, embora o bom-senso me obrigue a reconhecer que álbuns como estes não são de audição fácil nem aprazível a todos os públicos. Chega a ser até uma espécie de relação amor-ódio.
Muito em parte porque o Sub-pop e o indie “ortodoxo” parece chamar a si vozes excêntricas. Christian Hjelm, o vocalista, não foge a esta regra, nem parece querer fazê-lo. É evidente até uma certa semelhança com Carl Newman. E ainda bem, porque a voz do senhor confere unidade e coerência ao que se ouve pela via instrumental e vocal. A coincidência é perfeita neste campo. Há ainda uma outra coincidência, aquela das letras com a intensidade dramática que Hjelm imprime à voz. E sim, Skeleton é um álbum que vagueia entre a quase esquizofrenia sentimental e a ironia é também uma constante. Nada é o que parece ser. Se numa primeira audição tudo nos parece incrivelmente solarengo, perderemos essa ilusão ao avançar. Skeleton é, então rico em variações de humor, que nos levam da histeria “veraneana” ao modo “pensativo” num ápice. Basta só mudar de faixa para tanto. De outra forma não podia ser, dada a óbvia herança da banda em relação a bandas como Modest Mouse e Pavement, que aparentemente começam a dar os primeiros frutos da imitação.
Outra mais-valia deste álbum é a sua estrutura circular. Começando com Race You, uma faixa melancólica e pungente, encerra no mesmo mood com Release Me on The Floor. Ainda neste comprimento de onda está Rivalry, séria candidata a música mais acessível do disco. A par com esta, mas já no comprimento de onda “bright side” está The Wonder. A luz vence as trevas em quantidade : All Night, Ambush, I Remember, Other Plans, Wrong all The Way. Esta luta de dois lados evidencia com eloquência que Skeleton não é um álbum de sub- ou power-pop solarengo como o estereótipo leva a crer com frequência; antes, um disco a interpretar sem “pré-conceitos”.
Em última análise, Skeleton é a prova cabal de que a estrutura óssea dos Figurines está bem sedimentada.
2 comentários:
Numa dessas madrugadas de sexta-feira...13, de lua cheia, com os mochos a piar e os lobos a uivar: AAUUUUUUUUUUUUuuuuuuu
Nca ouviste barulhos estranhos no bairro? sou eu que me junto a eles... -_-' xD
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