sexta-feira, maio 19, 2006

In Paradise with the Arctic Monkeys...
ou ...
Conhecer a Génese do Fenómeno.




Paradise Garage. 18 de Maio. 20.00. Uma fila de rapazitos imberbes com os seus ténis Vans ocupa a entrada do recinto. Ainda nada está perdido, mas isto não é bom sinal...Dou entrada no “Paraíso” para verificar que a turba se compõe.
Com bilhetes esgotados praticamente dois meses antes do evento, nada seria mais previsível que “casa cheia”. Neste caso foi casa a abarrotar. Pelas 21.30 iniciam-se as “festividades” e surgem no palco uns Vicious Five cheios de wit a (s)ombrear com a banda principal sem grandes problemas. Lamente-se, no entanto, o facto da esmagadora maioria dos presentes não fazer a mais pálida ideia de quem eles eram. Foi uma escolha acertada e um grande turn up para muito boa gente. Começaram por tocar Your Mouth is a Guillotine, seguiu-se Suicide Club, Bad Mirror e Fallacies and Fellatio. Algures pelo meio um cover de (You Gotta) Fight For the Right (to Party) dos Beastie Boys em jeito de brincadeira, que animou visivelmente as hostes. Os V.F. foram a materialização da paixão pela música, a voz inflamada e a presença hiperactiva de Joaquim Albergaria deu à prestação dos Vicious Five uma dignidade atípica para uma primeira parte.
Mais tarde sobem, então, ao palco os "4 meninos de Sheffield" prontos para a sua estreia por terras lusas. Num ambiente visivelmente expectante começa a ouvir-se The View From the Afternoon. So much for the big start...
Sem grandes delongas a turba desata a saltar em delírio e em uníssono. A uma só voz ouvia-se também o ecoar das vozes das centenas de pessoas presentes, atingindo – como não podia deixar de ser – o seu ponto máximo no single mais conhecido I Bet That You Look Good On the Dancefloor. A banda teceu os já habituais elogios ao público português, mas a sensação que fica é a de um certo alheamento por parte da banda, nitidamente desconcentrada. Não aquela falta de concentração que se reflecte em termos técnicos mas em presença propriamente dita.
Reponha-se a verdade, os Arctic Monkeys são de facto tecnicamente perfeitos e nesse aspecto está mais que justificada a bomba que este grupo lançou na imprensa inglesa.
Alex Turner é um cantor exímio e não há nenhum tipo de desnível (au contraire) entre material de gravação e live act. Já a caminhar para o fim, o “wonder kid” dirige-se ao público, fazendo promessas de uma noite para recordar : “This is our last show of the tour we want to make it special”, embora em seguida tenham começado a tocar “Fake Tales of San Francisco “ ...
Algumas músicas muito aguardadas não chegaram a ter a sua chance. Foi o caso de Choo Choo e Dancing Shoes; Ao passo que “Who The Fuck Are The Arctic Monkeys” soou demasiado cabalística para os ouvidos de um público maioritariamente atraído pelo sucesso de alguns singles em particular. Não se pode dizer que o alinhamento tenha sido especialmente bem escolhido, é nítido o ênfase em faixas secundárias do álbum, como “the one of the vampires” como Turner lhe chamou, num acesso de amnésia.
No fim houve ainda tempo para uns "mergulhos" na plateia , por parte do baixista Andy Nicholson. O público pediu mais, os Arctic Monkeys não responderam.
Veredicto :
A banda revela um talento real, em nada empolado pela imprensa, se bem que muitas vezes toldado pelo facto de serem ainda "verdinhos", e de esta ser, para todos os efeitos, a sua primeira tournée “ séria”.
Alinhamento:

The View From the Afternoon
Cigarette Smoke
Still Take You Home
Red Light Indicates the Doors Are Secured
Mardy Bum
Perhaps Vampires is a Bit Strong But…
From Ritz to Rubble
Fake Tales of San Francisco
When the Sun Goes Down
Who the Fuck Are The Arctic Monkeys?
I Bet That That You Look Good On the Dancefloor
A Certain Romance

2 comentários:

Anónimo disse...

O RLY? XD

Sílvia S. disse...

Yeah, really xD.
Não perdeste nada do outro mundo, nada que se possa comparar aos últimos que tenho visto.