quarta-feira, março 15, 2006
Não há Bela sem Sebastião
Long time due este comentário sobre The Life Pursuit (2006) dos Belle and Sebastian. Saiu a 7 de Fevereiro depois de um interregno de três anos sobre o seu último trabalho, e volvidos dez anos sobre o disco primogénito If You’re Feeling Sinister - talvez o mais emblemático da banda.
É espantoso que uma banda cuja carreira conta já com uma certa extensão continue a estrebuchar, no entanto, talvez seja de “perseguir tanto a vida” que não perseguem melodias melhores no sentido de mais durativas para quem ouve. Afinal, a qualidade da música é, de certa forma, avaliada pelo grau de adição que provoca e deste ponto de vista The Life Pursuit não chegou longe o suficiente. A potência está lá, mas é sombra de algo que não se concretiza em plenitude.
O Pop revivalista reina por todo o disco e atinge, por vezes, momentos em que agrada verdadeiramente. A atmosfera do álbum está sem dúvida limitada às décadas aúreas do Pop ligeiro. O denominador comum, o cimento-cola que une as canções deste álbum dos B&S é a ligeireza, o ar fresco que pauta as pautas, por assim dizer.
Algumas “brincadeiras” com sintetizadores são feitas, o que abrilhanta o tal “ser ligeiro” de The Life Pursuit. É verdade que algumas faixas são perpetuações ou ecos bem construídos das “bandas-modelo” de qualquer colectivo Indie: Beatles (especialmente em White Collar Boy, Dress Up In You, que até tem a bela da trompetazita, qualquer semelhança é pura reminiscência, portanto) Funny Little Frog (uma das melhores)ou To Be Myself Completely.
Ao passo que outras músicas se distanciam mais do que tipicamente se espera dum constructo indie pop. São, possivelmente, um reduto da sua verdadeira sensibilidade musical, despida de influências restritivas; músicas que acusam o espírito da banda, em vez de acusarem espíritos de gente morta. Dentro desta descrição inserem-se, por exemplo, Sukie in the Graveyard, a faixa acelerada (velocidade vezes dois). We Are the Sleepyheads é, sem questão, a faixa rebelde, a surpresa que salvaguarda a originalidade e a vitalidade da banda.
Song For Sunshine talvez seja a "faixa estranha", o seu começo não predispõe grandes favores sobre ela, poucas músicas que tenha ouvido recentemente se aproximam tanto no seu inicio a Marvin Gaye, o que é inesperado, e até podia ser bom; mas, há sempre um mas.
Os sentimentos veiculados ao longos das faixas vão-se alterando, de alegretes a roçar o power pop, ao indie, a faixas que soam mais folkies e até country (Another Sunny Day e
É espantoso que uma banda cuja carreira conta já com uma certa extensão continue a estrebuchar, no entanto, talvez seja de “perseguir tanto a vida” que não perseguem melodias melhores no sentido de mais durativas para quem ouve. Afinal, a qualidade da música é, de certa forma, avaliada pelo grau de adição que provoca e deste ponto de vista The Life Pursuit não chegou longe o suficiente. A potência está lá, mas é sombra de algo que não se concretiza em plenitude.
O Pop revivalista reina por todo o disco e atinge, por vezes, momentos em que agrada verdadeiramente. A atmosfera do álbum está sem dúvida limitada às décadas aúreas do Pop ligeiro. O denominador comum, o cimento-cola que une as canções deste álbum dos B&S é a ligeireza, o ar fresco que pauta as pautas, por assim dizer.
Algumas “brincadeiras” com sintetizadores são feitas, o que abrilhanta o tal “ser ligeiro” de The Life Pursuit. É verdade que algumas faixas são perpetuações ou ecos bem construídos das “bandas-modelo” de qualquer colectivo Indie: Beatles (especialmente em White Collar Boy, Dress Up In You, que até tem a bela da trompetazita, qualquer semelhança é pura reminiscência, portanto) Funny Little Frog (uma das melhores)ou To Be Myself Completely.
Ao passo que outras músicas se distanciam mais do que tipicamente se espera dum constructo indie pop. São, possivelmente, um reduto da sua verdadeira sensibilidade musical, despida de influências restritivas; músicas que acusam o espírito da banda, em vez de acusarem espíritos de gente morta. Dentro desta descrição inserem-se, por exemplo, Sukie in the Graveyard, a faixa acelerada (velocidade vezes dois). We Are the Sleepyheads é, sem questão, a faixa rebelde, a surpresa que salvaguarda a originalidade e a vitalidade da banda.
Song For Sunshine talvez seja a "faixa estranha", o seu começo não predispõe grandes favores sobre ela, poucas músicas que tenha ouvido recentemente se aproximam tanto no seu inicio a Marvin Gaye, o que é inesperado, e até podia ser bom; mas, há sempre um mas.
Os sentimentos veiculados ao longos das faixas vão-se alterando, de alegretes a roçar o power pop, ao indie, a faixas que soam mais folkies e até country (Another Sunny Day e
Morning Crescent sendo os únicos exemplares).
Se partindo destes pressupostos se poderia pensar que The Life Pursuit seria “hipermemorizável”, a grande surpresa é que não é. Um álbum para degustar, para aprender e apreender calmamente.
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3 comentários:
Não há Bela sem senão, neste caso o belo do Sebastião,lol.
Pois, apesar deste ambiguo titulo, o album ñ é com certeza dos melhores, kt mais nem fica no ouvido. Mas deu azo a este brilhante trocadilho por parte da escritora do costume :D
Lol, escritora, pois, sim.
Has-d o ouvir com calma, se estiveres com disposição para o sacar. Não é um mau álbum (bolas até parece mal dizer-se isso sobre uma banda como os B&S), tb não é a melhor coisa do mundo.
Mas vale a pena, na perspectiva de conhecer coisas novas (q até nem são assim tão novas).
Ok, vou me esforçar por ouvir o album...k não é bom, ms também não é assim tão mau, e que é novo, mas que nem é assim tão recente ;P
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