
Têm guitarras rosa choque e um ar que não podemos decidir se é ar de rock, punk ou rap ou então, os três em simultâneo.
Chamam-se Test Icicles (um nome que vai com o colectivo) e o seu álbum de estreia dá pelo nome de “Only For Screening Purposes”.
Para propósitos de caracterização convém dizer que este colectivo pratica um som bastante sui generis começando a ser evidente que 2006 traz uma sonoridade mais pesada que a que pautou 2005. Sem dúvida, este álbum vem corroborar e reforçar esta impressão de "semi-abandono" das tendências anteriores.
Muitos adjectivos podem ser usados para descrever ou explicar o espírito da banda, mas uma coisa é certa, o colectivo é bem sucedido na síntese e reunião de elementos como o Metal, o Dance Punk, um Alternativo progressista e até Rap; influências é coisa que não lhes falta.
Your Biggest Mistake, primeira música do álbum é uma faixa que não permite antever o disco em toda a sua extensão e variedade, falha no intuito de nos apresentar o álbum convenientemente. É bastante mais comedida em inventividade que as faixas que fazem deste disco uma lufada de ar fresco, pesado, mas fresco.
É verdade que a dita faixa participa dos traços caracterizadores do disco, e embora não seja um highlight apresenta-nos a matéria de que são feitos os Test Icicles. E de que são feitos afinal? Guitarras ácidas, gritantes, mal-definidas, vozes a combinar, à vez urrante ou sussurante, a maior parte das vezes aos "grunhos". Será dos meus ouvidos de fada, ou estes grunhos são usados para disfarçar falta de capacidade de afinação?
Às vezes resulta bem, outras nem tanto. Chega a tornar-se corriqueiro e inexpressivo. Mera revolta infundada. Recurso estilístico sem estilo. Melhor seria que usassem a “feature grunho” com mais parcimónia. Ainda assim há que dizer que estes meninos conseguem a proeza cativarem para mais umas quantas audições, creio que pela tentativa nítida de romper com o que tem sido feito. Acrescente-se-lhes o facto de os seus pontos altos serem de facto, músicas absurdamente boas tanto assim é que ficamos dispostos a deitar para as costas alguns deslizes. Outras músicas, no entanto, são paisagem, mas isso não é excepção, é regra.
Exemplo de “absurdamente bom” é Circle Square Triangle – a faixa mais ecléctica do disco – juntando o Post-Punk de dança, a batidinha frenética dos pratos que não deixa o pé descansar, o baixo sintetizado, trazendo para a esfera da música o New Wave, havendo ainda espaço para uma tirada rapper, que, graças aos céus é suficientemente discreta para não estragar o impecável arranjinho de influências que compõe este ramalhete musical. Abundam synths por toda a parte, evocando o que este álbum tem de psicadélico e transilvânico e que está presente em praticamente todas as canções. Especial destaque ainda para Pull the Lever, e o single - esse sim porta-bandeira do espírito dos Test Icicles - Boa vs Python. A predilecção por animais devoradores é óbvia...
Uma das músicas que “faz o truque” é Sharks, um misto de tango com post-punk de guitarradas e uma vez mais "grunhos", outras electrotecnias que adensam o ruído e um interregno “beastie boy”.
Não sei se favorece ou prejudica, deixo ao critério de quem ouve, mas o ruído amorfo que pousa nas faixas torna impossível distinguir os elementos com clareza. Se partirmos do princípio que tentam esconder alguma coisa, então é abonatório. Se por outro lado, crermos que são bons, torna-se distractivo e prejudica o bom juízo.
Não é uma masterpiece, é o que é, e a sua feição diferente e rebelde faz mais por eles que qualquer outra coisa. Ainda assim, e por tudo o que têm de exagerado, duvido que subsistam ao longo deste ano. Contudo, Only For Screening Purposes é o tipo de álbum que nos deixa na expectativa relativamente a um segundo trabalho.
Chamam-se Test Icicles (um nome que vai com o colectivo) e o seu álbum de estreia dá pelo nome de “Only For Screening Purposes”.
Para propósitos de caracterização convém dizer que este colectivo pratica um som bastante sui generis começando a ser evidente que 2006 traz uma sonoridade mais pesada que a que pautou 2005. Sem dúvida, este álbum vem corroborar e reforçar esta impressão de "semi-abandono" das tendências anteriores.
Muitos adjectivos podem ser usados para descrever ou explicar o espírito da banda, mas uma coisa é certa, o colectivo é bem sucedido na síntese e reunião de elementos como o Metal, o Dance Punk, um Alternativo progressista e até Rap; influências é coisa que não lhes falta.
Your Biggest Mistake, primeira música do álbum é uma faixa que não permite antever o disco em toda a sua extensão e variedade, falha no intuito de nos apresentar o álbum convenientemente. É bastante mais comedida em inventividade que as faixas que fazem deste disco uma lufada de ar fresco, pesado, mas fresco.
É verdade que a dita faixa participa dos traços caracterizadores do disco, e embora não seja um highlight apresenta-nos a matéria de que são feitos os Test Icicles. E de que são feitos afinal? Guitarras ácidas, gritantes, mal-definidas, vozes a combinar, à vez urrante ou sussurante, a maior parte das vezes aos "grunhos". Será dos meus ouvidos de fada, ou estes grunhos são usados para disfarçar falta de capacidade de afinação?
Às vezes resulta bem, outras nem tanto. Chega a tornar-se corriqueiro e inexpressivo. Mera revolta infundada. Recurso estilístico sem estilo. Melhor seria que usassem a “feature grunho” com mais parcimónia. Ainda assim há que dizer que estes meninos conseguem a proeza cativarem para mais umas quantas audições, creio que pela tentativa nítida de romper com o que tem sido feito. Acrescente-se-lhes o facto de os seus pontos altos serem de facto, músicas absurdamente boas tanto assim é que ficamos dispostos a deitar para as costas alguns deslizes. Outras músicas, no entanto, são paisagem, mas isso não é excepção, é regra.
Exemplo de “absurdamente bom” é Circle Square Triangle – a faixa mais ecléctica do disco – juntando o Post-Punk de dança, a batidinha frenética dos pratos que não deixa o pé descansar, o baixo sintetizado, trazendo para a esfera da música o New Wave, havendo ainda espaço para uma tirada rapper, que, graças aos céus é suficientemente discreta para não estragar o impecável arranjinho de influências que compõe este ramalhete musical. Abundam synths por toda a parte, evocando o que este álbum tem de psicadélico e transilvânico e que está presente em praticamente todas as canções. Especial destaque ainda para Pull the Lever, e o single - esse sim porta-bandeira do espírito dos Test Icicles - Boa vs Python. A predilecção por animais devoradores é óbvia...
Uma das músicas que “faz o truque” é Sharks, um misto de tango com post-punk de guitarradas e uma vez mais "grunhos", outras electrotecnias que adensam o ruído e um interregno “beastie boy”.
Não sei se favorece ou prejudica, deixo ao critério de quem ouve, mas o ruído amorfo que pousa nas faixas torna impossível distinguir os elementos com clareza. Se partirmos do princípio que tentam esconder alguma coisa, então é abonatório. Se por outro lado, crermos que são bons, torna-se distractivo e prejudica o bom juízo.
Não é uma masterpiece, é o que é, e a sua feição diferente e rebelde faz mais por eles que qualquer outra coisa. Ainda assim, e por tudo o que têm de exagerado, duvido que subsistam ao longo deste ano. Contudo, Only For Screening Purposes é o tipo de álbum que nos deixa na expectativa relativamente a um segundo trabalho.
6/10
3 comentários:
Ainda conheço pouco da música mas acho o nome da banda genial, lol.
Um nome que se presta a trocadilhos (como os do título) e que ilustra bem o espírito da banda:)
Apesar de tudo isso, e dos "gritinhos", conseguem nos "hipnotisar" e deixamo nos levar por esse som, até dar por nos aos saltos, lol
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