
Afinidades e Infinidades
As afinidades da Matemática e da Música são infinitas, como infinitas são as combinações de números ou notas. É impossível esgotar todas as possibilidades de combinação destes elementos, e quão rara é essa situação num mundo em que o “ad infinitum”, o “para sempre”, o “inesgotável”, o “para lá de todas as barreiras possíveis e imaginárias”,o “pura e simplesmente não se esgota” rareia. Num mundo em que somos permanentemente ameaçados pelo esgotar de recursos – água, energia, paciência, valores, enfim – é bom saber que existem coisas que não estão limitadas a um número e não são perecíveis. Terão sempre presença cativa, tomando diferentes formas ao longo dos tempos, mas nunca desaparecendo por completo.
Por outro lado, e não obstante esta aparente impossibilidade de esgotamento, será que a originalidade em si não está condenada? Volvidos séculos de produção musical, até que ponto é possível ser original, fazendo algo com as tais sete notinhas mágicas (são sete…) que seja inédito e não esteja afecto a referências preexistentes? Existe alguma possibilidade de ser original nos dias que correm? Não será esse um dos dramas da nossa sociedade? A impossibilidade de inventar mais do que aquilo que já foi inventado e estarmos já num estágio de quase emparedamento entre o passado que foi glorioso e o futuro que não alvitra grandes perspectivas a certos níveis.
Quando era (ainda) mais jovem propus-me certo dia - apercebendo-me de um certo grau de mistério nesta questão de combinação inesgotável de notas, a apontar cada dia mais um número de combinações das mesmas. Em cada dia tentaria, inocentemente, esgotar as combinações de cada nota. No dia D (o do início dessa charada) comecei com o Dó, obviamente. Escusado será dizer, que ao fim de um par de dias já tinha desistido dessa tarefa inglória. Apesar de não ter chegado a lado nenhum com isto, a experiência permitiu-me atestar a veracidade da premissa. E apesar de ser um devaneio infantil permitiu-me concluir sobre o mistério que está por trás um pouco de tudo (embora eu veja mais mistérios do que provavelmente existirão, reconheço). Lembro-me de me questionar igualmente sobre a invenção dos instrumentos musicais usando as perguntas da praxe: como, quando, onde, por quem, com que propósitos. Confesso que não lhes respondi, nunca me respondi. Indagava (e indago) que partindo do princípio que uma pessoa inventa um dado instrumento o que é que isso faz dela? Mecanicista, ou coisa parecida, não? E, logicamente, essa pessoa não saberá como tocá-lo, ou saberá? Quem é que tentou tocar os instrumentos inventados e quem fixou os ditames de como eles devem ser tocados? Se calhar é também importante perguntar, antes de qualquer outra coisa, de onde surge a música na sua forma mais complexa? Seria conhecimento latente que esperava meramente ser descoberto, ou antes um caminho árdua, corajosa e empenhadamente percorrido pelo génio humano?
E pronto, foi mais um pensamento desorganizado, deste caldeirão amorfo que é a mente. Como o prometido : muitas perguntas, poucas respostas.
As afinidades da Matemática e da Música são infinitas, como infinitas são as combinações de números ou notas. É impossível esgotar todas as possibilidades de combinação destes elementos, e quão rara é essa situação num mundo em que o “ad infinitum”, o “para sempre”, o “inesgotável”, o “para lá de todas as barreiras possíveis e imaginárias”,o “pura e simplesmente não se esgota” rareia. Num mundo em que somos permanentemente ameaçados pelo esgotar de recursos – água, energia, paciência, valores, enfim – é bom saber que existem coisas que não estão limitadas a um número e não são perecíveis. Terão sempre presença cativa, tomando diferentes formas ao longo dos tempos, mas nunca desaparecendo por completo.
Por outro lado, e não obstante esta aparente impossibilidade de esgotamento, será que a originalidade em si não está condenada? Volvidos séculos de produção musical, até que ponto é possível ser original, fazendo algo com as tais sete notinhas mágicas (são sete…) que seja inédito e não esteja afecto a referências preexistentes? Existe alguma possibilidade de ser original nos dias que correm? Não será esse um dos dramas da nossa sociedade? A impossibilidade de inventar mais do que aquilo que já foi inventado e estarmos já num estágio de quase emparedamento entre o passado que foi glorioso e o futuro que não alvitra grandes perspectivas a certos níveis.
Quando era (ainda) mais jovem propus-me certo dia - apercebendo-me de um certo grau de mistério nesta questão de combinação inesgotável de notas, a apontar cada dia mais um número de combinações das mesmas. Em cada dia tentaria, inocentemente, esgotar as combinações de cada nota. No dia D (o do início dessa charada) comecei com o Dó, obviamente. Escusado será dizer, que ao fim de um par de dias já tinha desistido dessa tarefa inglória. Apesar de não ter chegado a lado nenhum com isto, a experiência permitiu-me atestar a veracidade da premissa. E apesar de ser um devaneio infantil permitiu-me concluir sobre o mistério que está por trás um pouco de tudo (embora eu veja mais mistérios do que provavelmente existirão, reconheço). Lembro-me de me questionar igualmente sobre a invenção dos instrumentos musicais usando as perguntas da praxe: como, quando, onde, por quem, com que propósitos. Confesso que não lhes respondi, nunca me respondi. Indagava (e indago) que partindo do princípio que uma pessoa inventa um dado instrumento o que é que isso faz dela? Mecanicista, ou coisa parecida, não? E, logicamente, essa pessoa não saberá como tocá-lo, ou saberá? Quem é que tentou tocar os instrumentos inventados e quem fixou os ditames de como eles devem ser tocados? Se calhar é também importante perguntar, antes de qualquer outra coisa, de onde surge a música na sua forma mais complexa? Seria conhecimento latente que esperava meramente ser descoberto, ou antes um caminho árdua, corajosa e empenhadamente percorrido pelo génio humano?
E pronto, foi mais um pensamento desorganizado, deste caldeirão amorfo que é a mente. Como o prometido : muitas perguntas, poucas respostas.
3 comentários:
Não vou comentar este post porque tou a ahar bué e depois não digo coisa com coisa... a única cena que vou dizer é: há que mudar de artilharia que é por causa das coisas. Vais a ver que um músico qualificado ainda publica livros sobre os incêndios do Verão -_-.
Não é publicidade nem nada, mas vê esse blog http://tascadacultura.blogspot.com/2006/02/james-blunt-vs-arcade-fire.html
Só o nome diz tudo.
Não te digo mais nada.
Simplesmente adorei o post. Talvez porque também já me questionei sobre isso, sobre a complexidade da música, sobre a forma matemática como ela é construída.
Quanto à originalidade, acho que cada música tem a sua originalidade, tal como a matemática, a música é uma arte inefável e infinita. Só não é exacta.
Por isso, a música é uma arte eterna.
(Se kiseres ler mais, um dia empresto-te a Origem da Tragédia de Nietzsche, embora o tema principal não seja a música, ele também teoriza um pouco as suas origens)
Bjinhx =)
Entao nao kero?! isso é pergunta q se faça?
Ve la se levas isso para o espaço teofanico qdo começarem as aulas, hein? Senão vamos ter problemas XD
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