Pálida tentiva de review literária

O Fantasma dos Canterville, Oscar Wilde

O escritor de renome tem o seu talento confirmado quanto à escrita de romances, como todos sabemos. O que o leitor pode não saber é que Wilde tem igual – senão maior – (e mais aguçado) talento para escrever contos.
Este, de título sugestivo, como é, de resto, apanágio do autor, deixa-nos em suspense enquanto deslizamos pelas breves páginas, ansiando saber o desenlace desta intricada narrativa. Esse é, aliás, o maior trunfo e charme das histórias que conta.
Wilde tem o condão – ou bom senso, de nunca revelar por defeito ou em excesso.
Os indícios, contudo, são omnipresentes e esperam ser agarrados pelo leitor que, no entanto, nunca sabe (e convém que não tente adivinhar) que desfecho lhes será dado.
O “Fantasma” conta a história de uma família americana ultramoderna que ao mudar-se para uma casa assombrada se recusa, ainda assim, a acreditar em fantasmas. Mesmo quando se depara com um. Daqueles invulgares. Smith, nome da alma penada, recusa-se a morrer, como se não estivesse morto já.
Dado que todas as suas tentativas para assustar os Otis falham, decide tentar algo diferente.
A restante história desenvolver-se-á a partir desta premissa traçando o cruzamento frutífero e inesperado do mundo dos vivos com o mundo dos mortos, de onde nascerá uma relação de amizade de certa forma interdita e fora do comum.

Notável!

Recomendo vivamente este, e todos os contos de Wilde em que tropeçarem.