Os queridinhos em crítica

You could have it so much better – Franz Ferdinand

Quando a um sucesso estrondoso como Franz Ferdinand (o álbum de estreia homónimo) tem de se fazer suceder algo que se não tão bom, pelo menos igualmente interessante, cria-se sempre alguma tensão. Será que o follow up estará à altura das expectativas de fans e críticos? A questão impõe-se. E, sem margem para dúvidas, está.

You Could Have It So Much Better trouxe entre muitas outras coisas, a maturidade e dela é sinónimo. Seguindo a analogia literária pode dizer-se que este trabalho é um “track turner”, deslocamo-nos de uma faixa para outra ansiosos por ouvir novidades e detalhes, que, felizmente, tomam lugar. A começar pela nítida divisão do CD em duas partes, uma mais agarrada ao debut álbum, cuja sonoridade não se libertou ainda por completo de Franz Ferdinand. A outra traz uma nova época à música de F.F.. A predominância dos 60’s sounds é o grande chavão deste álbum. De resto, a inspiração nos Beatles é tornada (ainda mais) óbvia em temas como Fade Together ou Eleanor Put Your Boots On, temas estes que acrescentam ainda uma outra novidade: a balada, coisa que não tomou lugar no álbum de estreia. Baladas típicas são, pois, uma das novas apostas deste colectivo escocês. Aposta ganha.

São dois temas extraordinariamente bem conseguidos seja pelo seu efeito vintage, seja pela letra ou tão-somente por serem baladas.

Numa banda que declara, abertamente, ter sido formada para satisfação do público feminino esta era uma falha. Not anymore, a falha foi descoberta e colmatada. De destacar ainda os solos de guitarra muito ao estilo Bond o que confirma (como se disso restassem dúvidas…) a

“ sixtização” de Y.C.H.S.M.B.

Quem já os viu ao vivo (experiência “inolvidável”!) reconhece a possibilidade deste grupo querer ser o aluno que segue as pegadas do mestre em relação aos Beatles, especialmente no que toca à sua postura. Estando o seu som tão evocativo da "Super Banda"e tendo eles a atitude correcta, não sei o que os irá impedir de se tornarem uma espécie de sequela. Para um quinteto de jovens bem parecidos, lançarem raparigas em ataques de histeria não será difícil. Contando com Kapranos eu diria que está no papo…

Este álbum só confirma que chegaram para ficar, que têm mais armas e que estão longe de terem esgotado o seu arsenal de criatividade.

RIGHT ON!