sábado, dezembro 31, 2005

Os queridinhos em crítica

Silent Alarm – Bloc Party

Por terras de Sua Majestade florescem neste momento algumas das bandas mais interessantes naquela que parece ser a tendência em voga , (repetida por vezes até à exaustão e sem que se acrescente nada de novo) de repescar o Rock que se fazia nos anos 80 e que conciliava elementos à primeira vista desavindos, adicionando ao fundo roqueiro uma batida mais disco.
Música que não se pretendia reflexiva, antes promovia o movimento dos corpos. Em suma: rock dançável. Esta “moda” regressou em força, cumprindo o ciclo de 20 anos que parece repetir-se incessantemente.
A novidade reside na capacidade que alguns destes grupos revivalistas têm para fazer um lift-facing sonoro, de forma a tornar evidente a componente mimética, acrescentando no entanto algo de contemporâneo.
Bloc Party é um exemplo de sucesso nesta síntese “80 /2000”, trazendo-nos o melhor de dois mundos. Com uma batida frenética que recorda influências tão variadas como o disco, o punk, o new wave e o indie. E é nisto que este grupo triunfa como nenhum outro, em juntar tantas influências, sem desmerecer nenhuma delas e sem que a sua mistura pareça irreconciliável ou descabida. Silent Alarm é um esforço de síntese muito bem conseguido.
Embora este álbum deixe um pouco a dever em termos de coesão, todas as músicas remetem para uma mesma sonoridade, uma mesma identidade.
Uma das características com mais appeal nesta banda é o intricado sotaque do vocalista.
A par com as letras que, não sendo masterpieces do pensamento, estão bem, isto é, adequam-se à premissa inicial deste tipo de música: pensar não é o nosso objectivo.Cada tipo de música tem o seu propósito e o desta é pôr-nos a mexer não a reflectir.
Os pontos altos de Silent Alarm são Banquet, a música que melhor identifica este colectivo, melhor captura a sua essência e a dá a conhecer. De destacar ainda Positive Tension uma música carregada de erotismo (até na própria escolha do título); ainda Pioneers, a melhor música do álbum se se considerar apenas a letra, uma tentativa – conseguida – de aprofundamento (“If it can be broke then it can be fixed, if it can be fused then it can be split), Like Eating Glass, This Modern Love e o single Two More Years a meu ver um pouco deslocado daquilo que o grupo nos propõe com Silent Alarm, ainda assim uma boa música, diferente simplesmente.
Terminado o tour pelos pontos de referência do álbum resta apenas dizer que B.P. é uma das bandas que no meio do frenesim revivalista algo repetitivo e por vezes sedento de um pouco personalidade (por oposição à mera repetição de fórmulas) concilia a busca de inspiração nos 80 sem se limitar a imitá-la. São, a par dos The Strokes e Franz Ferdinand, a única banda que possui de facto uma assinatura só sua, um som característico que os permite identificar no meio do “copy paste” que se pratica.
P.S.: Make no mistake, esse “copy paste” é em muitos casos satisfatório e por vezes até bastante bom, mas não brilhante ...

4 comentários:

Anónimo disse...

Concordo Bloc party encontra se definitivamente entre os favoritos!!!

"Aqueles refrões que nos fazem bater o pezinho primeiro e abanar o esqueleto depois" :P

não é Kikas;)

Sílvia S. disse...

claro está! q grande verao de musica pa abanar AS OSSADAS ;)

Joana C. disse...

é uma boa estreia mas não acho que sejam assim tão maravilhosos como muita gente diz.
"Banquet" é uma grande música, impossível não abanar os pézinhos, lol.

Sílvia S. disse...

Definitivamente, deviam passar Banquet nas discotecas...XD